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Associativismo em Cabo Verde - Parte I

  • Foto do escritor: Moacy A. Pina
    Moacy A. Pina
  • 13 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura

O facto não marca uma diferença apenas estrutural; marca uma diferença filosófica central: porque, enquanto a verdadeira associação incorpora na sua gênese um esforço consistente de mobilização de recursos próprios, o que lhe garante independência e idoneidade, a nova ONG nasce porque pretende que os recursos para o seu funcionamento lhe sejam transferidos. Ela não incorpora um esforço de sustentabilidade.


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Cada vez mais somos confrontados com um mundo em constante mudanças e com necessidades de tomar decisões urgentes e por antecipação, seja em pequenos grupos, organismos governamentais, ou ONGs.

Vivemos numa sociedade em constantes mutações, sentimo-la, respiramo-la e fartamo-nos dela quando a palavra é constantemente injetada, em casa, na escola, em grupos de amigos e principalmente através da media e das famosas redes sociais.

O associativismo em Cabo Verde tem as suas raízes nas formas tradicionais de solidariedade pois, sempre existiu um espírito de solidariedade e ajuda mútua do seu povo, tanto em trabalhos agrícolas, como atividades sociais, religiosas ou culturais.

Olhando para o grande conjunto, em expansão, de associações sem fins lucrativos, parece admirável a atual dinâmica associativa cabo-verdiana. Porque enquanto, tradicionalmente, as associações civis nascem para um objetivo e mobilizam recursos privados para o seu trabalho, a explosão da dinâmica associativa em Cabo Verde foi largamente motivada pela perspetiva de acesso a recursos públicos e donativos internacionais que estão disponíveis para o financiamento das ONG's e que são normalmente articulados pelo poder público. O facto não marca uma diferença apenas estrutural; marca uma diferença filosófica central: porque, enquanto a verdadeira associação incorpora na sua gênese um esforço consistente de mobilização de recursos próprios, o que lhe garante independência e idoneidade, a nova ONG nasce porque pretende que os recursos para o seu funcionamento lhe sejam transferidos. Ela não incorpora um esforço de sustentabilidade. Pretende apenas caracterizar algumas tendências nocivas que afetam - e que podem distorcer - os projetos associativos, que continuam a ser instrumentos fundamentais para o avanço de qualquer sociedade civil.

Também não pretende prescrever uma existência associativa à margem da utilização racional de financiamentos disponíveis. Pretende apenas argumentar que as associações mais eficazes usam, sim, os financiamentos disponíveis, mas não nascem nem existem em função deles e submeter os objetivos formulados às suas exigências de funcionamento.

Cada vez mais o movimento associativo ganha expansão no seio da sociedade cabo-verdiana, sendo considerado uma mais-valia no desenvolvimento do país. Isto reflete o comportamento social dominante nas próprias comunidades e é visto como uma forma de juntar interesses comuns, defendendo pontos de vista de forma global. A importância e o valor do associativismo decorrem do facto de constituir uma criação e realização viva e independente; uma expressão da ação social das populações nas mais variadas áreas.

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Por))) Edson A. Moreira

 
 
 

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