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  • Foto do escritorMoacy A. Pina

As Escolhas de Sidney Cardoso


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O ano de 2017 já vai terminar. Neste mês de Dezembro, a Revista eletrónica OLHAR 2.1 (www.olhar21.me) quis saber como foram os 365 dias de alguns amigos e colaboradores, essencialmente a nível pessoal e cultural. Lançamos o desafio, querendo saber o que os nossos amigos fizeram e o que partilhariam com os jovens. Pedimos boas energias, boas formas de viver e sorrir para a vida, envolvendo: Livros & leitura, música & artistas e cinema & fotografia.

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Sidney Cardoso aceitou o desafio e começou por dizer-nos o seguinte: “O balanço que faço destes 12 (doze) meses é positivo. Aprendi muito, aceitei muitos desafios. Este é um deles, no entanto, confesso que este desafio da Revista Olhar 2.1 é de extrema importância, para não dizer muito assertivo. Mas vamos ao que interessa”.

Sidney Almir Teixeira Cardoso é o nome do jovem que está na fotografia abaixo. É natural de Nossa Senhora da Graça, Praia, cidade na qual reside. Atualmente é Jornalista na TIVER - Televisão Independente de Cabo Verde. Gosta de ler e escrever. Por isso, vamos colocar um instrumental condizente e ouví-lo na primeira pessoa.


Sidney Cardoso - Jornalista

Quantos livros leu?

Primeiro, não li muitos livros, a não ser científicos. Para ser exacto li apenas 3 livros. Mas desses, confesso-vos que adoraria lê-los novamente. São eles: “Como eu era antes de você” de Jojo Moyes de uma jornalista e Romancista Britânica, “20 mil léguas Submarinas” de Júlio Verne e “Um dia de cada vez” de Courtney Stevens.

O primeiro livro …

“Como eu era antes de você” conta a estória de uma jovem de 26 anos, Louisa Clark, que não tinha lá muitas ambições, até porque as circunstâncias não lha permitiam. Ela morava com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalhava num café, um emprego que não pagava muito, mas ajudava nas despesas e namora Patrick, um atleta que não era muito interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Louisa era obrigada a procurar outro emprego.

Sem muitas qualificações, conseguiu um trabalho para cuidar de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, era inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes activo e desportista, Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parecia pequeno e sem graça para ele, que sabe exactamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabia é que Louisa estava prestes a trazer cor à sua vida. E nenhum dos dois desconfiavam de que iram mudar para sempre a história um do outro. “Como eu era antes de você” é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

O segundo livro …

Um outro livro que me deixou um pouco nas nuvens no início foi o de Júlio Verne, “20 mil léguas submarinas”. Esta obra é considerada por muitos a mais famosa do Escritor. É uma aventura.

Em 1868, para ser mais coerente, houve alguns relatos sobre um monstro marinho, que destruía navios facilmente. Essa notícia gera um temor nas companhias de navegação. Em virtude disto vários navios não levantam âncora, pois não há tripulação. Um professor francês, especialista em vida marinha, precisava ir à Shangai, mas não foi fácil, enfrentou o mesmo problema, pois a tripulação do seu navio simplesmente desaparece. Mas ele e seu assistente foram convidados pelo governo americano para uma viagem que pretendia confirmar ou não o boato.

Após três meses e meio de buscas, o capitão decide abandonar a sua tarefa. No entanto, na mesma noite, o navio é atacado pelo monstro e o professor, seu assistente e um arpoador são lançados ao mar. Enquanto o navio danificado fica à deriva, os três encontram o “monstro”, que na verdade é um submarino (algo impensável para a época).

Após alguma hesitação, o capitão da embarcação (do submarino) os acolhe. É claro que se trata de um génio, mas o professor quer saber quais os motivos que fizeram aquele homem isolar-se do mundo, se podia contribuir com seu enorme conhecimento. O Professor conseguiu convencer o “génio” a dar a cara e gradativamente revelações assombrosos vão surgindo, pois como já tinha dito o submarino na época era impensável.

O terceiro livro …

“Um dia de cada vez” de Courtney Stevens relata a história de uma adolescente chamada Alexi Littrell, uma adolescente aparentemente normal, que em uma noite de verão, vê a sua vida devastada. Ela foi violada pelo vizinho. Envergonhada, a menina começa a se arranhar e a contar compulsivamente uma tentativa de fazer a dor física se sobrepor ao sofrimento que passou a esconder de todos. Ela só conseguiu sobreviver no terceiro ano do ensino médio, graças às letras da música que um desconhecido (até então) escrevia em sua carteira. As canções pareciam adivinhar o que o coração de Alexi estava sentindo.

Bodee Lennox nunca foi um adolescente normal, mas actualmente sim. O menino teve a mãe assassinada pelo pai. Em seguida foi morar com os Littrell, e Alexi acaba descobrindo que o Garoto Ki-Suco, o quieto e desajeitado menino de cabelos coloridos era quem escrevia aquelas letras de música que lha acalmava e viu nele um óptimo amigo.

Em “Um dia de cada vez”, Alexi e Bodee, ao mesmo tempo em que fingem para o resto do mundo que está tudo bem, passam a apoiar-se um ao outro, tentando viver um dia de cada vez.

Qual / quais gostou mais de ler?

Desses três, amei o último, identifiquei-me muito com “Um dia de cada vez”, pois espelha quase a realidade de muitos cabo-verdianos, que em vez de viver, sobrevivem, e a única coisa certa e justa é viver um dia de cada vez.

O que significa a leitura para si?

A arte de ler implica o que vês e decifras. Para mim a leitura sempre foi um exercício forçado, uma obrigação imposta pelo sistema para fazer-nos passar de ano. Até os meus 20 anos, a leitura era mais que um fardo na minha vida, era um castigo mesmo. Aos poucos quando entrei na Universidade (ISCEE) fui ganhando gosto, mas para os livros técnicos, científicos. Quando deixei essa Universidade por motivos pessoais e outros, comecei a gostar realmente pelos livros de romances e poesias (também não tinha como, estudei jornalismo). Esse gosto, confesso começou em trocas de livros com os colegas e algumas disciplinas exigiam isso, a leitura de certos romances. O meu professor, que vou mencionar o nome de propósito, o meu irmão mais velho, Daniel Medina, foi o grande responsável por isso, por me fazer gostar dos livros.

Acredito que a leitura faz magia, como dizia a minha amiga Carmem Araújo. Quem lê, tem nas suas mãos uma fonte indispensável para novos conhecimentos. A leitura é mais do que uma forma de aprender, é uma diversão que pode ficar ainda mais boa quando feita em grupo. (Ainda bem que o governo criou o plano nacional de Leitura).

Quais são os 7 artistas que destaca este ano, e as 7 músicas que lhe marcou mais?…

A arte é um clique que nasce connosco, somos atores sociais, a vida é uma arte, isso faz de nós um artista. Neste ano findo, 2017, os artistas que se destacaram foram muitos, mas identifico, nestas linhas apenas sete. São eles, Hélio Batalha, Gá da Lomba, Tikai, Luis Fonsi, Ed Sheeran, Hilário Silva e Cabo Verde Show. As músicas que me marcaram são: “Manté” de Hilário Silva, “Ka ta da” de Hélio Batalha, “Mama perduam” de Gá da Lomba, “Despacito” de Luis Fonsi, “Ná, ó menino ná”, de Eugénio Tavares na Voz de Solange Cesarovna, e um outro deixo ao gosto do freguês. Ou seja, amo música, mas deixo essa janela aberta para si, escolha a sua última música.

Que acontecimento marcou pela positiva o seu ano?

A minha formatura sem dúvida marcou o ano 2017, foi também no mesmo dia que a minha esposa se formou e pela mesma universidade, mas curso diferente. Foi um ano de união e de muitas conquistas. Esta sem dúvida foi um grande marco. Mas também foi o ano que o Benfica sagrou-se tetracampeão.

Que filme indicaria a um jovem?

“Nada É Para Sempre” é o filme que indico a todos os jovens. Norman (Arnold Richardson) e Paul Maclean (Brad Pitt) são filhos de um pastor em Montana. A história fala de duas décadas de vida de uma família, revelando as diferenças entre Paul, o revoltoso, e Norman, o curioso, estudioso, seus relacionamentos, lutas e o que os une é o amor pela pesca no rio que atravessa as terras do pai.

Actor preferido?

Que fique bem claro, a minha homenagem vai ao actor João Pereira, Tikai. Este é por tudo que tem feito pela cultura nacional. Acabou de lançar o último DVD dele como actor, mesmo sem ter recebido nenhum reconhecimento dos atores políticos nacionais.

 

A fotografia do ano para si é?


Foto: Autor desconhecido. Ajude-nos a identificá-lo.

Esta é a foto do ano, para mim.

Mostra o quanto retrocedemos na história.

Ninguém merece o castigo que os nossos irmãos estão a sofrer na Líbia,

que esse texto sirva, também de tributo aos desamparados nesse inferno terrestre.

 

Um desejo para 2018 …

Desejo que o ano vindouro nos traga tudo que 2017 não conseguiu trazer. Desejo mais amor mundial, mais paz, mais amizade, tudo que desejamos para que o outro nos faça, façamo-lo aos outros também.

Seu sonho maior é?

… ver o povo cabo-verdiano mais unido a lutar por uma causa (Cabo Verde).

Bem-haja a todos.

Cumprimento

Festas felizes

Mais Escolas do Ano de 2017 aqui:

https://www.olhar21.me/single-post/2017/12/15/As-Escolhas-de-Janice-Miranda

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