top of page
  • Foto do escritorMoacy A. Pina

Ricos por fora, pobres por dentro …


***

É assim,

"Para ajudar não é preciso nada disso. Não interessa se é preto, branco ou amarelo, se usa rasta, afro ou nem tem cabelo. Ajuda porque é um acto nobre e belo, não porque é mais rico ou mais pobre. Ajudar o outro é sentir-se bem consigo mesmo".


Ao amanhecer, assim que acordamos descobrimos que nos foi dado mais um dia, que nos foi doado mais uma oportunidade para conhecer, aprender e vencer. Que ainda tem uma vida inteira pela frente, podendo, por isso, ser diferente e fazer a diferença, por si e pelos outros, hoje e agora. É certo que ninguém aprende sozinho, muito menos vence sem o apoio do outro. Ninguém apareceu neste mundo do nada, ninguém! Lembre-se: Você não produz tudo aquilo que consome ou que veste. Podemos até ter a habilidade de conduzir, mas precisamos de uma viatura. Um dia seremos passageiros, isto é certo. Hoje podemos estar no banco da frente, mas amanhã não temos a certeza de como vai ser. Somos o presente, e por isso devemos estar presente sempre que se mostrar necessário. Eu tenho fé e acredito firmemente na bondade das pessoas. Fico feliz quando o outro está feliz. Entendo e aprecio a felicidade do outro, e tudo de bom que o rodeia. O que não entendo é porque ignoramos o próximo? Aquele que precisa de um pouco da nossa atenção? Porque ignoramos a palavra ajuda? Porque fugimos para não ter que ajudar? Porque não ajudar uns aos outros? Porque não fazemos o que nos faz bem?


A resposta existe e está dentro de nós, dentro de cada um de nós, porque ajudar é simplesmente deixar o nosso interior manifestar-se. Uma palavra é suficiente para ajudar. Um abraço, um beijo, um aperto de mão, um minuto da sua atenção salva uma vida. Quem ajuda não fica mais pobre, menos inteligente ou simplesmente diminuído. Pelo contrário, quem ajuda o outro cresce, amadurece e o retorno é incalculável! Se formos ao hospital, vamos com a certeza de que alguém estará lá para nos ajudar. Se formos ao supermercado, sempre alguém aparece para nos ajudar a carregar a bolsa mais pesada. Agora imagina se numa manhã tranquila sair para tomar um banho na praia da Prainha ou na praia da Laginha e afogar-se, e de repente aparece um desconhecido para lhe ajudar? Será eternamente grato à pessoa, certamente. Lembre-se. A ajuda tem que ser oportuna. Não precisamos conhecer a pessoa para decidir ajudar-lha. Não precisamos ser solicitados para ajudar, muito menos possuir uma fortuna.


E mais. Para ajudar não existe um tempo predefinido, não precisa marcar uma hora ou combinar uma data específica. Não faça como muitos fazem em Cabo Verde, esperando para ajudar no natal ou na páscoa enquanto no ano inteiro não se vê nenhum ato de compaixão e amor ao próximo. Ajudar é um ato nobre e exige simplesmente a tomada de uma decisão. Fazer o bem! Porque recusa ajudar o seu colega, aquele que senta bem pertinho de si, aquele que não é muito bom em matemática como você é. Tem medo de ficar sem o seu conhecimento ou espera para ajudar quando ouvir lamento, grito e ver lagrimas a correr? Porque pedem o corpo em troca, quando a jovem pediu ajuda para estudar e ter uma vida digna de um ser humano? E daquele jovem que pediu ajuda para realizar um sonho de entrar no avião e pilotar, depois abandonaram-no no ar e nunca mais regressou para o seu lar…


Dói-me muito saber que tem alguém a ocupar dois cargos enquanto outro necessita de uma única oportunidade para ajudar a esposa que está doente ou o filho que não tem o que comer. Dói-me também ver pessoas a ajudar e a esperar para cobrar, seja lá como for, mas vai cobrar. E aquelas pessoas que vêm o outro no chão, não dão a mão enquanto não humilhar, julgar e criticar por ele ter tropeçado nas escolhas? Para ajudar não é preciso nada disso. Não interessa se é preto, branco ou amarelo, se usa rasta, afro ou nem tem cabelo. Ajuda porque é um acto nobre e belo, não porque é mais rico ou mais pobre. Ajudar o outro é sentir bem consigo mesmo. Não estou a referir ajudar no sentido de dar um dólar, dois libras ou 3 euros. Ajudar o outro não é dizer apenas sim, é também dizer não e mostrar que existe algo que faz o teu coração bater. Seja um (a) amigo (a), um (a) namorado (a), uma mãe, uma mulher, um pai, um esposo, um (a) vizinho (a) um profissional ou simplesmente um cidadão capaz de estender o braço, não para empurrar mas sim para abraçar, acolher e proteger. Escute sempre a sua voz interior, pois essa voz vai tornar-lhe melhor, como pessoa e como cidadão. Mesmo que a realidade seja diferente, dura e difícil, faça a sua parte e ajuda os outros. Quem sabe descobre que dentro de si existe um diamante. Um diamante que multiplica a cada instante que ajuda o teu semelhante. Ah!!! Não espera para receber agradecimentos, porque na vida perdemos muito tempo para perceber que o amanhã pode ser uma surpresa. O passado sempre vai gravar a certeza dos seus atos. Abra a porta, não da casa, porque há muitas pessoas que ajudam, mas não tem casa, porque a única casa própria é o seu coração. Ele sim vai consigo aonde quer que vá, e quanto mais fazer o bem e ajudar o outro, ele vai crescer, até chegar o dia que deixa de ser apenas casa e passa a ser uma mansão. Os humildes entenderão porque existe muitos ricos por fora e pobres por dentro.

***

Por Eliane Correia

11.12.17

38 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page