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  • Foto do escritorMoacy A. Pina

"A FOTOGRAFIA VEM COMIGO DESDE CRIANÇA" Marcos Rocha


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Depois da música, a fotografia. Depois de São Vicente e Santiago, a ilha Brava. Depois do Djoy e do Osmar, o Marcos. Eis o nome por detrás de mais uma história de vida que partilhamos consigo. Leia, leia porque um dia, se já não foi, poderá ser fotografado (a) por ele. Hoje as páginas da Revista OLHAR 2.1 traz para si, na sua rubrica PERFIL 2.1, mais uma história em construção de um jovem fotógrafo que merece todo o nosso apoio e carinho porque talento tem de sobra. Esperamos que goste do que trouxemos para si. Aprecie e comente no final o que achou. Nós agradecemos e aceitamos sugestões (…)

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1, 2, 3 e …

Um talento nato na área fotográfica, nascido aos 09 dias do mês de setembro, na ilha Brava. “Marcos Rocha” de Pina é o nome bem conhecido e reconhecido dentro e fora dos 10 grãozinhos de terra. É filho de Rita Maria Rocha da Lomba e de José Monteiro de Pina. Aprendeu o (a, e, i, o, u) na Escola primária Sena Barcelos, em Nova Sintra. Depois seguiu para a Escola Secundária Eugénio Tavares, onde fez o 12º ano de escolaridade, em 2006.

No ano seguinte, a sua ilha natal estava repleta de flores, como de resto é lhe caraterístico. Marcos teve uma nova oportunidade. Participou no concurso nacional no âmbito do projeto “Uma Câmara, um Concelho” realizado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em parceria com a Universidade de Aveiro (UA). Fruto dessa participação, conseguiu garantir um lugar numa formação intensiva em “audiovisual e jornalismo”, que foi lecionada por 3 professores da universidade parceira (UA). A formação aconteceu em 2017 e teve lugar na cidade da Praia durante 4 meses. “Em 2016 frequentei um curso avançado em projecto de fotografia no cachupa factory, em Mindelo, onde este ano (2017), frequentei uma residência artística de fotografia, também no cachupa factory”.

Em 2008, com uma bagagem de conhecimento reforçada, regressou para a ilha que viu nascer Eugénio Tavares, onde começou a produzir conteúdos para as televisões, o que lhe valeu um convite, em 2009, da Rádio e Televisão Pública (RTC), para integrar a equipa da novel delegação da RTC, hoje RTCI, na ilha do Fogo, onde desempenha a função de repórter de imagem até os dias atuais.

A PAIXÃO DE INFÂNCIA VOLTOU


A criança cresceu, viveu a sua juventude nas ilha das flores, fez-se homem e recebeu, fruto do seu trabalho, o seu primeiro salário. Foi já bem crescido que as chamas da paixão de infância voltaram a arder, confessa Marcos Rocha: “a fotografia vem comigo desde criança, lembro-me a brincar nos estúdios de fotografia e laboratório de revelação do meu pai. Até hoje me vem na memória as imagens que surgiam no papel branco. Mas confesso que a paixão pela fotografia ficou mais forte depois de entrar no mundo da televisão e fazer inúmeras reportagens, ali senti a necessidade de contar uma história, não com vídeo, mais sim com um frame. Em 2010 o meu pai ofereceu-me a minha primeira câmera, um Fujifilm Compact, e a partir daí comecei sem parar a fazer fotografia”.

O MOTIVO PARA SE FOTOGRAFAR

Nunca se fotografou tanto como nos dias de hoje. A cada segundo N fotos são tiradas, pelos diversos motivos. Uma self, um postal de família ou uma foto de perfil. Crianças, jovens, adultos e até os idosos já disparam. O cenário mudou, mas para Marcos o que mais lhe motiva a fotografar é o ser humano e a sua história. Oiçamo-lo: “Cada um de nós somos singulares e assim temos uma história a ser contada”. Tem o seu jeito próprio de contar uma história, tendo o mundo como pano de fundo. Neste circuito de fotografia, Marcos nos diz que as suas maiores influências no universo fotográfico são Henri Cartier-Bresson e Sebastião Salgado.

A FOTOGRAFIA


É claro que cada ser humano tem a sua história e cada história em si tem o seu desfecho. De facto é esse motivo que leva-nos a dar um clic. Aquele clic que jamais esquecemos. E para o Marcos? “A foto que tem maior significado para mim é a que fiz na erupção do vulcão do fogo. A foto de uma mãe com um filho nos braços e mais dois a seguir ela, e no segundo plano o vulcão em erupção. Gosto desta foto porque ela retratou esta calamidade e emocionou todos os cabo-verdianos aqui e na diáspora. E ela foi usada em vários posters e panfletos na angariação de fundos para ajudar os deslocados. Esta experiência de quase dois meses considero como sendo a mais incrível na minha jovem carreira.”

Marcos considera-se um iniciante na carreira fotográfica. Por isso, convive todos os dias com dificuldades na área que lhe interessa, a fotografia autoral. Não há um mercado ainda em Cabo Verde, sendo assim, não é valorizado. A fotografia que sobrevive aqui em Cabo Verde é somente a fotografia comercial. Um fotógrafo autoral faz a fotografia por gosto ou por amor, desabafa.

Fotografar o quotidiano, fazer séries temáticos, e também gosta de fazer retratos de pessoas e de paisagem. Diz que vem perdendo gosto e até recusa fotografar landscape porque acha que paisagem é linda só para ser vista no momento, não fotografada porque o fotógrafo não pode mexer em nada, ela está lá é para ser deslumbrada, sublinha Marcos.

OS PRÉMIOS

O trabalho singular do Marcos tem trazido alguns reconhecimentos, pois já venceu o prémio de primeiro lugar no concurso de fotografia do BCA 2017. Primeiro lugar do concurso (TourCV Photo Awards 2016). Segundo lugar concurso (Água para as ilhas 2017). A nível da televisão também já conquistou o Prémio Jornalismo TV 2017 (Reportagem ‘do sonho à saudade’ ) e Menção Honrosa TV 2016 (Reportagem ‘Vidas interrompidas’).


O FUTURO E AS CAUSAS

Constam viagens por todo Cabo Verde, com o intuito de retratar o que ainda existe de genuíno da nossa identidade e cultura, e depois seguir viagem pelo mundo fora em busca de novas histórias que merecem ser contadas.

Ademais, Marcos tem, ultimamente, juntado o útil ao agradável. Alia as lentes da sua câmera às causas sociais. E uma das causas que não passa despercebido aos olhos do fotógrafo é a defesa do meio Ambiente. Tem usado as suas lentes como arma principal para proteger o meio que nos rodeia, através de projetos sem fins lucrativos. Há um mês atrás associou-se ao conhecido projeto “Vito”, para fazer documentários sobre preservação e proteção de animais em vias de extinção. O projeto tem decorrido no ilhéu de cima, vizinho da sua ilha natal. No momento estão na fase de recolha de materiais, para posteriormente serem trabalhados. Marcos diz que sente um amor incondicional pela natureza, e uma das formas que encontrou para alimentar esse amor é continuar a associar-se aos projetos ambientais já existentes.

O outro peso nesta balança de trabalhos feitos pelo bravense é a produção de “videoclips”. Sem dúvidas que, para além da melodia, alguns vídeosclips têm despertado atenção pela alta qualidade. A assinatura do Marcos no trabalho do Grupo Eco 9.1.2, intitulado “Pa ser Indelével“, fez jus ao nome e deixou muitos fãs satisfeitos. Não ficou indiferente o empenho e a dedicação que colocou no vídeoclip do “Bobok” que reside na Holanda, e do jovem artista mosteirense Du Marthaz (Apaixonada). Marcos Confessa: “Sinto que tenho contribuído para a integração desses artistas no mundo da música“. A sensação que se prevalece é de continuar a fazer mais e melhor”.

FALAR DO MEU IRMÃO ...

Falar do meu irmão é fácil. Marcos é o meu irmão mais velho e que eu amo muito. Admiro muito a pessoa que ele é, tem um coração de ouro. Tornou no homem que é hoje porque seguiu o exemplo do nosso pai. Marcos sempre nos enche de orgulho tanto na vida pessoal como na vida profissional. Todos os dias faz o seu trabalho com profissionalismo e é isso que lhe diferencia dos restantes trabalhos. Tudo que ele faz é por gosto e com muito amor envolvido. Procura sempre estudar para aprofundar os seus conhecimentos. Sem falar que ele sempre procura inovar. Marcos nunca passou por cima de ninguém para conseguir o que quer, pelo contrário, ele sempre procura ajudar no que for preciso. Volto a repetir que o meu amor e admiração por ele são enormes. Desejo que ele venha concretizar todos os seus sonhos, e que seja realizado tanto a nível profissional como pessoal. Da tua irmã Mónica Rocha.

PARA TI QUE ...

Se gostas de fotografar vai em frente. Hoje em dia, com as novas tecnologias podes fazer grandes fotos com um simples telemóvel. Através da internet podes aprender e muito sobre como fazer fotografia. Há fóruns, tutoriais, livros e vídeos que vão te ajudar e muito.

Curiosidades no TIK TAK

Caminha sempre de mãos dadas com a dedicação e força de vontade. No momento está solteiro. Tem um filho de 3 anos de nome Márcio Giovani Silva de Pina. O seu clube preferido é o Sporting clube de Portugal, o prato preferido é o arroz de marisco e no seu tempo livre gosta de ir ao ginásio, ouvir música e praticar natação. Nunca fez uma cirurgia, não tem nenhum osso quebrado mas já lhe partiram o coração por duas vezes. Tem duas tatuagens e pertence ao signo Virgem. O seu animal preferido é o cão, o seu lugar preferido é a ilha brava e a sua data marcante é 22 de Novembro de 2013, dia do nascimento do filho. Bebida? Cerveja. Uma palavra? Deus. Marca? Canon. Não poderíamos terminar de outra forma. Ah, já caiu de bicicleta muitas vezes. Quem não? Apenas aqueles que nunca tentaram dar umas pedaladas.

 

Marcos, que Deus continue te abençoando, e que os teus sonhos sonhados tenham todos eles finais felizes. Continue fazendo o que de melhor sabes. Parabéns e sucessos sempre. Comente aí em baixo o que achou. Aceitamos sugestões.

MAIS PERFIL 2.1 aqui (OSMAR) e aqui (Djoy Delgado).

Fotos: Marcos Rocha / Reprodução do seu facebook

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