Pela Pátria
pela pátria, choro na morna as lágrimas fervidas das nossas gentes o desespero quando a chuva dá as costas à colheita as brisas macias que perdem direcção
pela pátria, o meu sangue, o meu pranto a minha carne embalada no caixão o meu sorriso, a minha poesia
pela pátria, a certeza da minha felicidade o meu querer, as minhas contrariedades o meu sofrer, as minhas sensibilidades
pela pátria, a minha alma despedaçada o meu grito, o meu choro, o meu último suspiro a minha esperança, o meu férvido canto dilatado no mar e nestas pranchas de terra que suportam a minha existência
pela pátria, todo o meu amor a aurora da minha redenção, o meu desespero a minha angústia e o meu ser.
Silvino Lopes Évora, in Tratado Poético da Cabo-verdianidade - lançado a 28/04/15, na Cidade da Praia.
OLHAR 2.1 recomenda a leitura desta obra.