15 passagens (para reflexão) do livro “E se Obama fosse Africano", de Mia Couto
- Moacy A. Pina
- 21 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
Não sei como começar este texto. Está difícil. Muito difícil. Enquanto pensava em como reverter a situação, uma notificação no meu facebook chamou a minha atenção. Curioso como sou, quis saber a 9dade.
Depois de certificar-me do que se tratava, (uma sugestão de livros em pdf, para baixar gratuitamente …). Decidi ler “E se Obama fosse Africano”, de Mia Couto. De leitura fácil diga-se de passagem.
Ao passar em revista as 109 páginas do livro do autor moçambicano, sublinhei algumas passagens que me fez parar, refletir e olhar o mundo de uma outra forma. Sinceramente, gostei e muito do que li e achei interessante partilhar consigo um pequeno resume que fiz, especialmente para si, sem acrescentar nada. Aproveite e tire as suas conclusões. Mas reflita primeiro, por favor!

“O cabrito come onde está amarrado”
“Cabrito produz onde está amarrado.”
“Mais do que gente preparada para dar respostas, necessitamos de capacidade para fazer perguntas”.
“A Universidade deve ser um centro de debate, uma fábrica de cidadania activa, uma forja de inquietações solidárias e de rebeldia construtiva. Não podemos treinar jovens profissionais de sucesso num oceano de miséria. A Universidade não pode aceitar ser reprodutora da injustiça e da desigualdade. Estamos lidando com jovens e com aquilo que deve ser um pensamento jovem, fértil e produtivo. Esse pensamento não se encomenda, não nasce sozinho. Nasce do debate, da pesquisa inovadora, da informação aberta e atenta ao que de melhor está surgindo em África e no mundo. A questão é esta: fala-se muito dos jovens. Fala-se pouco com os jovens. Ou melhor, fala-se com eles quando se convertem num problema. A juventude vive essa condição ambígua, dançando entre a visão romantizada (ela é a seiva da Nação) e uma condição maligna, um ninho de riscos e preocupações (a Sida, a droga, o desemprego)”.
“As ciências sempre foram policiadas e manipuladas pelos poderes”
“Quando nasceu a agricultura, ganhámos o sentido do lugar. A partir de então, fomos dando nomes aos sítios, adocicámos o chão. Entre a paisagem e a humanidade criaram-se laços de parentesco. A terra divinizou-se, tornou-se mãe. Pela primeira vez dispúnhamos de raiz, morávamos numa estação perene. O chão já não oferecia apenas um leito. Era um ventre. E pedia um casamento duradouro. Paradoxalmente, o sedentarismo inaugurava a ideia de exílio. Viajar passou a ser um apetite que necessitava de ser cerceado. Semear era preciso. As terras passaram a ser objecto de posse. A ideia de fronteira inscreveu-se como silenciosa lei. Mais além, começavam os domínios dos outros. O mundo passou a ter um “dentro” e um “fora”, um “cá” e um “lá”. E a viagem passou a comportar riscos acrescidos. Cresceu o medo de não mais voltar. A primeira epopeia da literatura — a história de Ulisses — é a narrativa de um regresso. A exaltação do retorno sublimava o receio da partida”.
“O melhor nesta vida é poder escolher, mas o mais triste é ter mesmo que escolher”
“Os telemóveis passaram a fazer parte de nós, tanto que, se nos esquecemos deles, ficamos vazios, desarmados, como se tivéssemos deixado em casa um braço que não sabíamos que tínhamos”.

“Um dos problemas do nosso tempo é que perdemos a capacidade de fazermos as perguntas que são importantes. A escola nos ensinou apenas a dar respostas, a vida nos aconselha a que fiquemos quietos e calados”.
“O sucesso resulta de quem se conhece e não daquilo que se conhece”.
“Um país em que os jovens pedem antes de dar qualquer coisa, é um país que pode ter hipotecado o seu futuro”.
“Nações inteiras foram reduzidas a escombros e renasceram por causa do trabalho e esforço de gerações”.
“A ambição pelo poder provoca mudanças surpreendentes nas pessoas e nos partidos”.
“Quanto menos entendemos, mais julgamos”.
“Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros. Mas o deficit de leitura é muito mais geral. Não sabemos ler o mundo, não lemos os outros”.
“A sociedade nos dita regras e normas de convivência, (…) Esquecem-se de que sentimentos não vêm com manuais, muito menos caráter”
Pois é amig@,
Acabou de ler o que resumi especialmente para si. Se gostou e quer receber mais passagens interessantes de livros, subscreva agora mesmo às nossas 9dades.
Grato pela sua leitura.
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