Moacy A. Pina
12 de set de 20172 min
Maria Graça é natural de Santa Cruz. Soma 21 anos como artesã, mostra-se apaixonada pelo artesanato e pensa constantemente em inovar os seus produtos.
A artesã participa nas feiras com muita frequência: "participo não apenas com o objetivo de vender, mas também porque faço novos contactos." Os materiais utilizados na produção vão desde folhas de bananeiras, de cocos, capas de leite a panos terra.
A conhecida mulher que faz bonecas de "padja di midju", retrata nas suas artes a cultura cabo-verdiana, com uma atenção especial às mulheres do meio rural. As suas bonecas simbolizam mulheres do meio rural a fazer trabalhos domésticos, como apanha de lenhas, sementeira, entre outros afazeres.
Maria diz que artesanato é o que realmente gosta de fazer: "sou orgulhosa de ser artesã, e como uma crioula pura, não deixo de retratar o quotidiano das crioulas que vivem no meio rural.” Sente-se realizada como artesã, uma vez que vive exclusivamente do seu trabalho. “Consegui alcançar muitos objetivos. Nesses 20 anos, Maria Graça já viajou para alguns países e sente-se feliz por isso: "Já participei em exposições em Portugal, França e Espanha. Sinto feliz por ter levado a minha arte para fora do país."
Em Cabo Verde também já percorreu várias ilhas, com o intuito de dar a conhecer o seu produto: " De quinze em quinze dias viajo para Boavista, São Vicente e Sal, essas ilhas que tem mais turistas, levo produtos como avental, bonecas e caravela, que retrata a chegada dos portugueses às nossas ilhas".
Com o pensamento sempre na sua cultura, Maria diz que trabalha diariamente sozinha, e com muita rapidez para inovar os seus produtos. Como Maria existem muitas outras mulheres chefes de família, a batalhar todos os dias para garantir um futuro melhor. Por isso ela deixa esta mensagem: "a nossa cultura deve ser mais valorizada, principalmente a nossa arte. Devemos ter mais apoio para continuarmos a produzir e contribuir para um Cabo Verde mais desenvolvido."
Nem mais...